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Astrônomos brasileiros descobrem anel em planeta anão vizinho de Plutão
Trabalhando em conjunto com uma equipe internacional, um grupo de astrônomos brasileiros descobriu a existência de um anel, similar aos do gigante Saturno, em um planeta anão vizinho de Plutão. O anel circunda Haumea, um dos planetas anões próximos a Plutão, localizado no que os astrônomos chamam de Cinturão de Kuiper.
Situado após a órbita de Netuno, o cinturão é composto por objetos de gelo e rochas entre os quais se destacam quatro planetas anões: Plutão, Eris, Makemake e Haumea. Esses objetos são difíceis de estudar porque são pequenos, brilham pouco e, devido às enormes distâcias, são difíceis de detectar mesmo com telescópios potentes.
O método de observação usado pelos astrônomos consiste em estudar as ocultações estelares, que é quando esses objetos passam à frente de uma estrela, como um pequeno eclipse. Com o método foi possível determinar as principais características de Haumea, como tamanho, forma e densidade, além do anel.
A observação ocorreu em 21 de janeiro e contou com a participação de 12 telescópios de dez observatórios europeus.
A descoberta do anel foi uma surpresa para os astrônomos. Há apenas alguns anos, só conhecíamos a existência de aneis em torno dos planetas gigantes e há muito pouco tempo, o mesmo grupo descobriu também que dois pequenos corpos, Chariklo e Chiron, situados entre Júpiter e Netuno, pertencentes a família de objetos denominados Centauro, têm aneis densos, o que foi uma grande surpresa. Agora descobrimos que corpos mais distantes que os Centauros, maiores e com características muito diferentes, também podem ter aneis.
De acordo com os dados obtidos, o anel se encontra no plano equatorial do planeta anão, da mesma forma que seu maior satélite Hi’iaka, e esté em ressonância de 3 por 1 em relação à rotação de Haumea – o que significa que as partículas geladas que compõem o anel completam uma volta em torno do planeta enquanto este gira três vezes em torno do seu eixo.
Por causa da grande distância, Haumea leva 284 anos para dar uma volta em torno do Sol, em uma órbita elíptica. Em razão disso e de sua velocidade de rotação – Haumea dá uma volta completa em seu prórpio eixo em 3,9 horas –, muito mais rápida que qualquer outro corpo do Sistema Solar com mais de cem quilômetros de diâmetro, o planeta anão é achatado e possui um formato similar ao de uma bola de rugby.
Os dados coletados mostraram ainda que Haume mede 2.320 quilômetros no seu maior lado, quase igual ao diâmetro de Plutão, mas que, ao contrário do que ocorre com o planeta vizinho, não possui uma atmosfera global.
Plutão teve sua categoria rebaixada em 2006 de planeta, para planeta anão, ao lado de Ceres, Érisa, Makemake e Haumea. (Agência Brasil)