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    Criptococose

    A criptococose é uma doença classificada como micose sistêmica, causada por fungos do gênero Cryptococcus e que, dependendo do caso, pode matar.



    Criptococose. Foto: NIH


    As seguintes variantes (var.) do fungo Cryptococcus neoformans são comumente causadoras dessa doença:

    — C. neoformans var. neoformans (C. neoformans)
    — C. neoformans var. gatti (C. gattii)

    Sintomas

    As manifestações clínicas da doença dependem do estado imunológico de cada indivíduo e do subtipo do fungo em questão. O surgimento de sinais e sintomas ocorre entre três semanas e três meses antes da internação hospitalar. Os principais sintomas são:

    Criptococose pulmonar:

    — Febre
    — Tosse
    — Dor no peito
    — Perda de peso
    — Fraqueza

    Criptococose no sistema nervoso central:

    — Dor de cabeça
    — Febre
    — Náusea
    — Vômito
    — Confusão mental
    — Rigidez de nuca
    — Alterações de visão

    Criptococose cutânea:

    Aparecimento de várias lesões avermelhadas, contendo secreção amarelada no centro, semelhantes a espinhas.
    Aparecimento de erupções cutâneas vermelhas em uma região específica ou por todo o corpo.
    Ulcerações ou massas subcutâneas, semelhantes a tumores.
    A criptococose pode atingir qualquer parte do corpo, causando lesões como as oculares e ósseas.

    Importante: Em pacientes imunocompetentes, observa-se meningoencefalite de forma aguda ou crônica, com dor nos olhos e na cabeça, usualmente sem febre ou com quadro febril pouco expressivo, que evolui para dor de cabeça intensa e presença de sinais mais graves, como estrabismo, paralisia facial e cegueira total ou parcial.

    Causa

    O principal reservatório do fungo é a matéria orgânica morta presente no solo, em frutas secas e cereais, e nas árvores. O fungo causador da doença também é encontrado nas fezes de aves, principalmente dos pombos.

    A variante C. neoformans, de caráter oportunista, representa a principal causa de meningoencefalite e morte em indivíduos com a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (aids).

    No entanto, essa espécie também acomete indivíduos sem problemas de saúde em todo o mundo.

    Já a variante C. gattii acomete crianças e jovens sem evidência de imunodepressão aparente, sendo de comportamento endêmico ou focal nas zonas tropicais e subtropicais, especialmente nas regiões Norte (Amazônia) e Nordeste do Brasil, incluído o semiárido, e, esporadicamente, nas demais regiões brasileiras.

    Tratamento

    A escolha terapêutica para o tratamento dependerá da forma clínica de cada paciente e do estado imunológico do indivíduo. Os medicamentos antifúngicos mais utilizados para o tratamento são a anfotericina B, o fluconazol, o itraconazol e a fluocitosina. A anfotericina B tem sido administrada como droga principal e o fluconazol como uma droga de consolidação do tratamento.

    O Sistema Único de Saúde, por meio da Secretaria de Vigilância em Saúde, oferece gratuitamente o complexo lipídico de anfotericina B e o itraconazol para o tratamento da criptococose. Todo o tratamento e suporte necessários para cuidar da doença também são oferecidos de forma integral e gratuita pela rede pública de saúde.

    No caso de infecções, não há necessidade de isolamento dos doentes. As medidas de desinfecção de secreção devem ser as de uso hospitalar rotineiro. Os tratamentos são feitos mediante internação.

    Transmissão

    Não existe transmissão inter-humana dessa micose, nem de animais ao homem. No entanto, indivíduos, ou seja, os seres humanos, estão expostos à doença por meio da inalação dos fungos causadores da criptococose.

    Diagnóstico

    O diagnóstico da criptococose é clínico e laboratorial. A confirmação laboratorial é feita com o uso de “tinta da China” (nanquim), com evidências de criptococos visíveis em materiais clínicos. O principal diagnóstico das meningites criptocócicas é o exame do líquor-LCR.

    O criptococo também pode ser isolado na urina ou no pus. A sorologia e a histopatologia também são consideradas na confirmação diagnóstica da criptococose. Como exame complementar, a tomografia computadorizada, a ressonância magnética ou a radiografia de tórax podem demonstrar danos pulmonares, presença de massa única ou nódulos múltiplos distintos (criptococomas).

    Prevenção

    Não existem medidas preventivas específicas. Entretanto, recomenda-se a utilização de equipamentos de proteção individual (EPI), sobretudo de máscaras, na limpeza de galpões onde há criação de aves ou aglomerado de pombos.

    Medidas de controle populacional de pombos devem ser implementadas, como reduzir a disponibilidade de alimento, água e, principalmente, abrigos. Os locais onde existem acúmulos de fezes de aves devem ser umidificados para que os fungos possam ser removidos com segurança, evitando a dispersão por aerossóis.

    Situação epidemiológica

    As micoses sistêmicas não integram a lista nacional de doenças de notificação compulsória no Brasil. Elas também não são objeto de vigilância epidemiológica de rotina, com exceção dos estados brasileiros que instituíram essa notificação de iniciativa do seu âmbito de gestão. Por isso, não existem dados epidemiológicos da ocorrência, magnitude e transcendência da criptococose em nível nacional.

    No plano estratégico 2018, o Ministério da Saúde iniciou a estruturação do sistema de vigilância e controle das micoses sistêmicas, incluída a criptococose. Com a estruturação do sistema de vigilância da criptococose, espera-se acompanhar a tendência temporal da doença, conhecer seu perfil epidemiológico e determinantes sociais, bem como definir as medidas de controle na contenção da sua magnitude e a decorrente vulnerabilidade no país. (Ministério da Saúde Brasil)




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