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    Esteatose hepática

    A Esteatose hepática, popularmente conhecida como Gordura no Fígado, é um problema de saúde que acontece quando as células do fígado são infiltradas por células de gordura.



    Esteatose hepática. Foto: NIH


    É normal haver presença de gordura no fígado, no entanto quando este índice chega a 5% ou mais o quadro deve ser tratado o mais brevemente possível. Se não tratada corretamente, a Estatose hepática pode provocar, a médio e longo prazo, uma inflamação capaz de evoluir para quadros mais graves de hepatite gordurosa, cirrose hepática e até câncer no fígado.

    Nesses casos, o fígado não só aumenta de tamanho, como também adquire um aspecto amarelado. O transplante, muitas vezes, pode ser a única indicação para situações mais críticas. O quadro é reversível com mudanças de estilo e hábitos de vida, que devem ser mais saudáveis e com as devidas orientações médicas. Cuide de sua saúde, a Esteatose Hepática é um problema sério que pode levar à morte.

    Existem duas classificações de Esteatose Hepática, que têm causas diferentes.

    — Alcoólicas: provocadas pelo consumo excessivo de álcool (regular ou esporádico);
    — Não alcoólicas: provocadas por hábitos e estilos de vida inadequados.

    A Esteatose Hepática Não Alcoólica é causada por:

    — Sobrepeso;
    — Obesidade;
    — Gravidez;
    — Sedentarismo;
    — Diabetes;
    — Má alimentação;
    — Colesterol alto;
    — Pressão alta;
    — Perda ou ganho muito rápido de peso;
    — Uso de medicamentos (corticoides, estrógeno, amiodarona, antirretrovirais, diltiazen e tamoxifeno);
    — Inflamações crônicas no fígado.

    O excesso de peso é atualmente uma das principais causas da Esteatose Hepática Não Alcoólica, sendo responsável por 60% dos casos de gordura no fígado.

    Fatores de risco

    Pessoas com obesidade, sedentárias e que fazem consumo de álcool, regular ou não, têm mais tendências para desenvolvimento da Esteatose Hepática. Mulheres também têm um risco maior de desenvolver excesso de gordura no fígado, tendo em vista que o hormônio estrógeno, produzido naturalmente pelo corpo feminino, propicia o acúmulo dessa gordura.

    Outro fator de risco são pessoas com ascendência oriental ou hispânica. Descendentes de africanos têm menos chances de desenvolver o quadro. Em um número bem menor de casos, pessoas magras, que não consomem bebidas alcoólicas e que não têm alterações de colesterol e glicemia, podem desenvolver quadros de esteatose hepática gordurosa.

    Em crianças nos primeiros anos de vida, a esteatose hepática é causada principalmente por doenças metabólicas. Já nas crianças maiores e adolescentes, as causas são semelhantes às dos adultos e ligadas diretamente ao estilo de vida. O tratamento na infância é essencial para prevenir danos irreversíveis na fase adulta, além da conscientização da criança e familiares para hábitos de vida saudáveis.

    Outros fatores de risco para a hesteatose hepática são:

    — Síndrome do ovário policístico;
    — Hipotireoidismo;
    — Síndrome metabólica;
    — Apneia do sono;
    — Acúmulo de gordura abdominal.

    Prevenção

    Algumas medidas são indispensáveis para prevenir o acúmulo de gordura no fígado ou para reverter o quadro já instalado. As principais dicas para prevenir a Esteatose Hepática são:

    — Geralmente, a medida mais eficaz para controlar e prevenir a esteatose hepática é emagrecer. Para isso, deve-se ter uma dieta hipocalórica, evitar frituras, gorduras e doces e aumentar a ingestão de frutas, legumes, verduras e carnes magras. Mas cuidado! Dietas radicais, que provocam emagrecimento muito rápido, podem piorar o quadro;

    — Os nutrientes colina e betaína ajuda, o fígado a exportar os triglicérides para a corrente sanguínea, evitando assim o acúmulo de gordura. As fontes alimentares de colina e betaína são: quinoa; beterraba; espinafre; farelo e gérmen de trigo; ovo e soja;

    — Evite exagerar nas quantidades de carboidratos e prefira sempre os integrais;

    — Incluir boas fontes de fibras na alimentação é fundamental, uma vez que elas controlam a velocidade de absorção da glicose. As fibras estão presentes em:

    — Cereais, desde que integrais (trigo, aveia, quinoa, amaranto, arroz etc);
    — Legumes e verduras (principalmente nos folhosos como alface, rúcula, agrião etc);
    — Leguminosas (feijões, ervilhas, grão de bico, lentilhas, soja);
    — Casca das frutas e sementes como linhaça e chia.

    — Evite bebidas alcoólicas. Quem já está com Esteatose Hepática deve eliminar o álcool do cardápio;

    — Priorize a gordura vegetal e não exagere nas quantidades desse nutriente;

    — Faça atividade física com frequência.

    Nove alimentos que ajudam a proteger o fígado

    Existem alimentos ricos em nutrientes que ajudam a proteger o fígado, auxliando na manutenção das suas funções e consequentemente trazendo mais qualidade de vida e saúde para a pessoa. O consumo regular desses alimentos aliados a prática de atividades físicas regulares, alimentação saudável e balanceada e evitando consumo de álcool, tabaco e outras drogas, é a melhor forma de prevenir Esteatose Hepática e outras doenças crônicas, como AVC, câncer e diabetes.

    — Própolis;
    — Abacaxi;
    — Maçã;
    — Água;
    — Gengibre;
    — Escarola;
    — Rabanete;
    — Frutas vermelha
    — Salmão e azeite.

    Sintomas e diagnóstico

    A Esteatose Hepática, nos quadros leves, não apresenta sintomas específicos. Nos quadros intermediários a pessoa percebe os seguintes sinais:

    — Dor no abdômen;
    — Cansaço;
    — Fraqueza;
    — Perda de apetite;
    — Aumento do fígado;
    — Barriga inchada;
    — Dor de cabeça constante.

    Nos estágios mais avançados da doença, a principal característica é a inflamação e a fibrose que resultam em insuficiência hepática. Nessas situações os sintomas mais comuns são:

    — Acúmulo anormal de líquido dentro do abdômen;
    — Doenças no encéfalo;
    — Confusão mental;
    — Fadiga;
    — Hemorragias;
    — Queda no número de plaquetas sanguíneas;
    — Icterícia (pele e olhos amarelados);
    — Fazes sem cor;
    — Alterações do sono;
    — Mudanças na coagulação;
    — Inchaço dos membros inferiores;
    — Aumento rápido do volume abdominal.

    Importante: Normalmente a gordura no fígado se acumula sem causar sintomas físicos. Ela pode ser detectada em exames de ultrassonografia do abdômen, quando é possível notar um fígado aumentado.

    O diagnóstico da Esteatose Hepática Não Alcoólica é feito por meio de exames de rotina, laboratoriais e/ou de imagem. Se for detectada alguma alteração nos resultados, é importante é levantar a história do paciente, que deve passar por minucioso exame físico e submeter-se a exames de sangue para medir os níveis das enzimas hepáticas. Embora a ultrassonografia, a tomografia e a ressonância magnética sejam muito úteis para avaliar possíveis alterações no fígado, há casos em que a confirmação do diagnóstico depende de biopsia.

    Entre todos, porém, o exame mais importante para diagnóstico da enfermidade é a elastografia transitória, um método semelhante à ultrassonografia, indolor, que mede a elasticidade do tecido hepático e a quantidade de gordura acumulada no fígado. O ideal é ter o diagnóstico precoce da doença. Por isso, pessoas com fatores de risco devem fazer consultas médicas periódicas para avaliar a necessidade de monitorar a quantidade de gordura no fígado, assim como ter um panorama geral de toda a saúde do corpo.

    Os exames vão indicar o grau de gordura no fígado:

    — Grau 1 ou leve: quando há pequeno acúmulo de gordura;
    — Grau 2: quando há um acúmulo moderado de gordura no fígado;
    — Grau 3: quando ocorre grande acúmulo de gordura no fígado.

    Os especialistas que podem diagnosticar a gordura no fígado são:

    — Clínico geral;
    — Gastroenterologista;
    — Hepatologista.

    Tratamento

    Não existe um tratamento específico para Esteatose Hepática, ele vai variar conforme cada caso, grau e causas da doença. Nesse contexto, o tratamento tem três pilares:

    — Estilo de vida saudável;
    — Alimentação equilibrada e saudável;
    — Prática regular de exercícios físicos.

    São raros os casos em que há necessidade de medicamentos. Eles podem ajudar, mas precisam ser aliados às mudanças de estilo de vida para tratar na raiz a causa do problema e ter o resultado satisfatório.

    Medicamentos para Gordura no fígado

    Alguns medicamentos têm sido usados para tratar gordura no fígado:

    — Vitamina E, na dose de 400 a 800 UI ao dia, é indicada para pacientes com esteato-hepatite e sinais de fibrose hepática, comprovados através da biópsia do fígado;
    — Drogas usadas para tratamento de diabetes, como a metformina, pioglitazona e rosiglitazona, têm sido utilizadas nos pacientes com níveis elevados de glicemia;
    — Orlistat (xenical) pode ser usado como droga auxiliar para o controle do peso corporal, mas não age diretamente sobre a esteatose;
    — Alguns trabalhos mostraram benefícios do ômega 3 nos casos de esteatose, mas não de suas complicações, como a esteato-hepatite.

    Esteatose Hepática (Gordura no fígado) tem cura?

    Seguindo o tratamento adequado, o paciente tem altas chances de regredir o quadro de gordura no fígado ou ao menos estabilizá-lo. Mesmos os casos em que a doença já evoluiu para cirrose podem ser controlados antes que o fígado seja completamente atacado. Por isso a importância do diagnóstico precoce.

    Complicações possíveis

    Quando a presença de gordura no fígado não é tratada, ela pode evoluir para uma inflamação do fígado chamada esteato-hepatite. 20% dos casos desta inflamação que não são tratados podem evoluir para uma cirrose hepática, situação em que o tecido do fígado pode ser substituído por fibroses. Se a cirrose avançar, pode ser necessário um transplante de fígado. Além disso, a cirrose é um fator de risco comum para o câncer de fígado (hepatocarcinoma), que inclusive pode ocorrer também em pessoas que tem apenas a gordura no fígado sem outras evoluções, mas é mais raro. (Ministério da Saúde Brasil)




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