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Fumo passivo para crianças causa problemas respiratórios graves
Entre as principais consequências nas crianças estão o aumento das alergias e das crises de asma, bronquite, rinite e de infecções de vias aéreas e a piora no quadro da respiração nasal.
Ao respirar a fumaça do cigarro, os não fumantes correm o risco de desenvolver as mesmas doenças que o fumante, como câncer de pulmão e doenças cardiovasculares.
Quando a pessoa exposta à fumaça de cigarros é criança, o cenário é ainda mais severo. Segundo o estudo Carga Global de Doenças, liderado pelo Institute for Health Metrics and Evaluation (IHME), que fornece as estimativas de saúde globais mais abrangentes, o tabagismo passivo causa mais de um milhão de mortes anualmente no mundo, sendo cerca de 60 mil apenas em crianças com menos de 10 anos de idade.
No Brasil, cerca de 25% dos brasileiros de 13 a 15 anos conviveram, dentro de suas casas, com pessoas que fumaram nos sete dias anteriores à Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (PENSE), conduzida em 2019.
“A exposição das crianças ao fumo passivo do cigarro está associada a inúmeros eventos adversos à saúde, tais como pneumonia, bronquite e agravamento de asma”, afirma o pesquisador da Coordenação de Prevenção e Vigilância do Instituto Nacional de Câncer (INCA), André Szklo.
O pesquisador também explica que o contato do feto com a mãe fumante grávida está associado ao baixo peso no nascimento, parto prematuro, síndrome da morte súbita do lactente/infantil, gravidez ectópica, placenta prévia, descolamento da placenta e malformação congênita.
Dados da Pesquisa Nacional de Saúde, conduzida em 2019, revelam que no Brasil existem 130 mil mulheres grávidas fumantes, o que corresponde a 8,1% desse subgrupo populacional de mulheres grávidas brasileiras. A prevalência de fumantes no país com idade de 15 anos ou mais em 2019 foi de 12,2%.
De acordo com o Ministério da Saúde, houve um aumento no número de pacientes que buscaram o Sistema Único de Saúde (SUS) para a cessação do tabagismo, entretanto, se popularizaram outras formas de consumir nicotina, como os cigarros eletrônicos e narguilés.
Segundo o pesquisador, o fato de eles exalarem aerossóis não quer dizer que a exposição involuntária a essas substâncias é aceitável. “Eles são vendidos como uma opção de uso em locais onde é proibido fumar. Mesmo assim, apesar da escassez de estudos extensos sobre essa relação, alguns já apontam efeitos negativos respiratórios em menores de idade devido à exposição passiva”, garante.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), oferecer ajuda para a cessação do tabagismo é um componente essencial de qualquer estratégia de controle do uso do tabaco.
O tratamento contra o fumo é oferecido pelo SUS nos três níveis de atenção (básica, média e alta complexidade). Medidas como terapia, medicamentos e acompanhamento médico podem fazer toda a diferença nesse processo.
Além disso, o ideal é não fumar, para não expor as crianças aos efeitos nocivos do tabagismo. Uma outra forma de exposição ao cigarro, chamada de thirdhandsmoke, indica que substâncias como a nicotina podem permanecer nos lugares por muito tempo, ou seja, o fumo passivo não acaba quando o cigarro é apagado. (Ministério da Saúde)