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    Oncocercose

    Doença parasitária crônica também chamada de "cegueira dos rios" ou "mal do garimpeiro", decorrente da infecção produzida pelo nematódeo Onchocerca volvulus, que se instala no tecido subcutâneo das pessoas atingidas.



    Onchocerca volvulus. Foto: CDC/Wikipedia


    A transmissão da oncocercose se dá pela picada do inseto Simulium (borrachudo ou pium) infectado com larvas do parasita. O ciclo de transmissão se inicia quando o inseto pica uma pessoa infectada e suga microfilárias juntamente com o sangue.

    Ocorre então uma maturação das microfilárias no interior do inseto, transformando-se em formas infecciosas e numa próxima picada do inserto, o parasita é injetado na circulação do indivíduo.

    Decorrido cerca de um ano, o parasita se transforma em verme adulto e passa a produzir um número muito grande de microfilárias, as quais se disseminam por todo o corpo e, eventualmente, podem causar alterações na córnea e consequente cegueira. Além disso, é comum a presença de lesões dermatológicas e de nódulos subcutâneos.

    Sintomas

    Após cerca de um ano de infecção começam a aparecer reações às formas adultas do parasita, gerando nódulos subcutâneos palpáveis e móveis (oncocercomas). No interior desses nódulos encontram-se os parasitas no estágio adulto que produzem as microfilárias. Essa produção de microfilárias pode levar a sintomas mais graves, tais como:

    • prurido (coceira);
    • exantemas cutâneos (erupção na pele);
    • perda de elasticidade da pele;
    • pápulas;
    • áreas da pele com despigmentação;
    • febre.

    Importante: No caso das microfilárias migrarem para os olhos, pode ocorrer perda parcial da capacidade visual e até cegueira total.

    Diagnóstico

    Os nódulos de parasitas adultos são palpáveis e podem ser identificados por exames de imagem (Tomografia computadorizada ou ecografia) ou por análise microscópica de amostra de biópsia, sendo este o diagnóstico principal da oncocercose.

    As microfilárias são detectadas em biópsias da pele e também podem ser vistas diretamente pela observação do fundo do olho com um oftalmoscópio. Existe ainda uma técnica de detecção do DNA do parasita por PCR. Além disso, sua presença também pode ser detectada por meio de exame sorológico.

    Tratamento

    O tratamento é realizado com microfilaricida a base de ivermectina, na dosagem de 150µg/kg (microgramas), em dose única, com intervalos semestrais a todas as pessoas que transitam ou habitam a área endêmica.

    Todas as pessoas residentes na área endêmica, bem como os profissionais que atuam naquela área, devem receber o tratamento 2 vezes ao ano.

    Além dos indígenas brasileiros, também são tratados indígenas venezuelanos que eventualmente transitam pela área endêmica no território brasileiro.

    Prevenção

    Evitar a exposição prolongada ao inseto vetor, utilizar roupas que cubram maior parte do corpo, usar repelentes e mosquiteiros são as melhores formas de prevenir a oncocercose. (Ministério da Saúde Brasil)




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