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Superfícies de platina dopadas com bismuto produzem mais cetona
Uma pesquisa do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF), um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP sediado na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), demonstrou que as superfícies de platina podem produzir a cetona pela oxidação do carbono secundário dos polióis.
A cetona é uma função química importante na química orgânica, caracterizada pela presença da ligação dupla carbono-oxigênio, chamado carbonila, ligado a dois radicais orgânicos.
Ela é usada como solvente de esmaltes, graxas, vernizes e resinas, além de ser utilizada na extração de óleos de sementes vegetais, na fabricação de anidrido acético e medicamentos.
No estudo, a seletividade para a formação de cetona aumentou, ao passo que a superfície platina pura e modificada com bismuto produziu apenas moléculas C3 oxidadas no carbono primário, única face a mostrar um aumento na atividade devido à modificação.
De acordo com Miguel Angel San Miguel Barrera, pesquisador do CDMF e um dos autores do artigo, o objetivo do experimento era determinar se a dopagem de eletrocatalisadores de platina com elementos como o bismuto altera a seletividade na conversão de polióis em compostos de alto valor agregado.
“Embora haja alguns relatos na literatura sobre catalisadores de platina dopados com bismuto, este trabalho especificamente demonstra a seletividade na oxidação de glicerol”, explica.
Os resultados indicam que, embora o uso de dopantes em platina como catalisadores não aumente a atividade na oxidação de polióis como o glicerol, a técnica pode ser crucial para direcionar a formação de compostos específicos, o que pode ser aproveitado para transformar produtos de baixo valor provenientes da biomassa em outros de maior valor agregado. O glicerol é um subproduto da fabricação de biodiesel.
San-Miguel comentou ainda que os próximos passos da pesquisa, já em andamento, envolvem estudos com outros dopantes e polióis com cadeias carbonadas mais longas. (Agência FAPESP)